ACIÊNCIA DA BENZEDURA mau olhado, simpatias e uma pitada de psicanálise.Coordenação Editorial Irmã Jacinta Turolo Garcia Assessoria Administrativa Irmã Teresa Ana Sofiatti Assessoria Comercial Irmã Áurea de Almeida Nascimento Coordenação da Coleção Saúde Sociedade Luiz Eugênio Véscio Editora da Universidade do Sagrado Coração EDUSCAlberto M.Quintana ACIÊNCIA DA BENZEDURA mau olhado, simpatias e uma pitada de psicanálise.Editora da Universidade do Sagrado Coração EDUSC Q7c Quintana, Alberto Manuel.

A ciência da benzedura : mau-olhado, simpatias e uma pitada de psicanálise / Alberto Manuel Quintana. - Bau- ru, SP : EDUSC, 1999.

226p. : 18.5cm. - (Saúde e sociedade) ISBN 85-86259-47-0 Inclui bibliografia.

1. Superstição. 2. Medicina mágica e mística. 3. Ciên- cias ocultas - Aspectos psicológicos. I. Título. II. Série.

CDD- 615.882 Copyright© EDUSC, 1999.

EDITORA DA UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO Rua Irmã Arminda, 10-50 CEP 17044-160 - Bauru - SP Fone (014) 235-7111 - Fax 235-7219 e-mail: edusc@usc.brPara Mônica e Maurício09 13 23 41 67 Sumário Prefácio Introdução Capítulo 1: O sagrado, a doença e as feridas simbólicas Capítulo 2: O corpo social e as técnicas de benzedura 41 O corpo, as doenças e a cura nas terapêuticas populares 46 Doença como desordem 50 As benzedeiras 56 O processo ritual Capítulo 3: Mergulhando noutra realidade 67 A benzedura com brasas: descrição 78 Benzedura: entre o dom e o ofício 92 A bênção 97 Fala e (é) ação 105 O lugar da benzedeira 129 Onde atua a benzedeira 133 Olha o olho!148 O imponderável como o lugar da benzedura 160 As narrativas 173 Os símbolos 185 A ressignificação Capítulo 4: Benzedura e psicanálise: encontros e desencontros 190 Xamanismo e psicanálise: equivalentes invertidos 192 Os efeitos da significação 201 Mito individual e mito coletivo 203 A influência do xamã versus a neutralidade do psicanalista 205 Sugestão 210 A crença na psicanálise Bibliografia 189 2179 Prefácio Apenas duas das muitas qualidades do livro de Alberto Manuel Quintana, já seriam suficientes para torná-lo leitura necessária de quantos militam nos vastos campos da Psicologia e da Antropologia: a sua decidida transdisciplinaridade e a coragem de levar para seu espaço de atuação um trabalho sobre a benzedura e sua ciência. Não uso o termo interdisciplinar, porque tal abertura foi apenas o início do trabalho. Início sem dúvi- da vitalizador de qualquer reflexão e tanto mais necessário hoje quando, como diz Balandier, a mo- dernidade embaralha as cartas; diria mais, interdiscipli- naridade inevitável quando se está trabalhando numa área da antropologia da saúde e da doença. Dialogando a partir de seu ponto de inserção como psicoterapeuta com uma vasta bibliografia das ciências sociais, Quintana transformou este diálogo inicial num meta- diálogo capaz de produzir um novo patamar crítico de integração entre as áreas.Discute com competência, amparado em pesquisa realizada nos moldes antropológicos, as interpretações de Lévi-Strauss para falar apenas de um símbolo maior da dis- ciplina. A coragem é evidente quando se pensa na estra- nheza que pode causar na sua área profissional o fato de mergulhar na terapia popular, encarando com seriedade e respeito a atuação das benzedeiras. De fato, não encon- tramos aqui uma fala valorativa ou desqualificadora. O autor coloca lado a lado profissionais saídos de universos culturais e sociais distintos, mas que lidam ambos com as muitas facetas do sofrimento. A descrição do trabalho das benzedeiras é primorosa e só foi possível graças à troca que soube estabelecer, à sensibilidade que soube desen- volver e à maturidade sem encantamento ingênuo diante do "exótico", gêmeo do etnocentrismo; constituindo, assim, a matéria da reflexão crítica sobre a Psicanálise. O texto não se perde em respostas convencionais, nem na facili- dade escamoteadora de alguns conceitos. Passa-os todos por um crivo apertado. Centra-se inicialmente na prática terapêutica para depois dialogar com a teoria. Começa com a benzedeira e desliza para o psicanalista. O que responde pela eficácia, reconhecida pelo cliente, da ben- zedura? Se os símbolos são eficazes e sua eficácia pode ser reconhecida tanto no campo do saber erudito como do saber popular, é porque, e na medida em que, eles anco- ram a busca e a atribuição de sentido ao sofrimento, à dor, à angústia, à perda. Como diz o autor, dialogando com Freud e Lévi-Strauss, "aquilo que cura o paciente é a possi- bilidade, obtida com a ajuda do terapeuta, de poder colo- car em palavras algo que até o momento era impossível de se representar verbalmente"; mas isto se faz através de uma 10experiência que está estreitamente vinculada à produção de processos significantes. Conclui o raciocínio afirmando que qualquer que seja o processo de cura, a figura do terapeuta, "seja ele xamã, benzedeira ou psicanalista", é fundamental para sua realização. A produção de sentido não se faz, contudo, através de uma operação meramente intelectual. A inscrição num universo simbólico que possi- bilite a superação do sofrimento deve responder dupla- mente à exigência de sentido: para poder dar um sentido o universo simbólico deve fazer sentido ao que padece de uma "ferida simbólica". Por outras palavras, é fundamental o contexto onde as falas se tornam eficazes. Crítica aos dogmatismos, desnaturalização das teorias explicativas, reconhecimento do seu caráter ideológico, são alguns dos pontos altos deste trabalho. Gostaria de me deter ainda, num último ponto que me é especialmente caro: a superação de dicotomias.

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